quinta-feira, 2 de abril de 2015

Capela de São Benedito faz memória da Páscoa Judaica.



Dentro das celebrações que antecedem a Páscoa, a Capela São Benedito, localizada à Rua 43, s/nº, no bairro Boa Esperança em Cuiabá/MT, realizou nessa quarta-feira (01), às 19h 30min, a celebração da páscoa judaica.

Comunidades São Benedito, São Miguel, Santa Rita, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Paz se reuniram para as celebrações que antecedem o tríduo pascal e assim aconteceu a ceia judaica, Marcada por símbolos imemoriais, preparada para cerca de cento e cinquenta pessoas dispostas no salão de festa da capela. 

A celebração com conotações fortemente judaica recordou a Páscoa dos Judeus Pessah [Veja abaixo quais são os alimentos que compõe o ritual de páscoa judaico].

Zeroah: osso da perna do cordeiro usado como lembrete do cordeiro oferecido na Páscoa no Templo de Jerusalém. Também lembra que Deus passou por cima das casas do povo judeu no Egito.

Maror: pedaço de erva amarga que relembra a amargura e opressão durante o período de escravidão.

Haroset: mistura de maçãs raladas, canela, castanhas e vinho que simboliza a argamassa usada pelos trabalhadores judeus escravos no Egito.

Água salgada: símbolo da amargura que Israel suportou em sua experiência de cativeiro. É usada para mergulhar a salsa.

Matzot: três pães sem fermento que representam os patriarcas Abraão, Isaac e Jacó (como os israelitas tiveram que sair às pressas do Egito, não teriam tempo de fermentar a massa dos pães. Daí, a ordem do Senhor para que cozessem pães ázimos).

Vinho: o vinho relembra a cor do sangue com que os judeus pincelaram os batentes das portas de suas casas para que os primogênitos pudessem sobreviver (são servidas quatro taças).

Segundo o Pe. Gildo, SDB, “o intuito de rememorar a ceia judaica, a qual Cristo teve com seus discípulos antes de seu martírio e morte de cruz, tornou-se um meio de diferenciar a antiga ceia da qual os cristãos celebram hoje, na Quinta-Feira Santa, quando Cristo, por meio da transubstanciação (alteração da substância dos alimentos, embora a matéria continue pão e vinho), se faz corpo e sangue”, afirmou.

Ao término da ceia judaica, Pe. Gildo, SDB, agradeceu a todos os que dedicaram tempo e se empenharam para que ela ocorresse da melhor maneira possível. O presbítero reiterou ainda o convite para que todos os participantes da ceia judaica participem igualmente das celebrações da Semana Santa, “uma forma de vivenciar a fé cristã por meio da morte e ressurreição de Cristo”.

Após a benção final, foi servido aos fiéis alimentos próprios da cultura judaica. Segundo a tradição judaica, cada alimento presente numa refeição simboliza uma etapa na trajetória de saída – êxodo – da escravidão.




Da Redação: Arte e Foto/Mirian Ferraz
Fotos: Mirian Ferraz

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