quinta-feira, 20 de março de 2014

Projeto emocionante prova que adotar um cão melhora a vida do dono.

Fotógrafo apaixonado por bichos viajou durante 10 meses pelos Estados Unidos para contar 50 histórias inusitadas de adoção

Projeto mostra que adotar um cão melhora a vida do dono (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)

A adoção de um cachorro pode melhorar a vida de seu dono? Foi com esta pergunta que o fotógrafo norte-americano Theron Humphrey viajou durante dez meses pelos Estados Unidos, em busca de histórias inusitadas de adoção de animais.
Ele visitou 50 estados e conversou com pessoas que tiveram suasvidas transformadas após a adoção de um cachorro.
Ao projeto, Humphrey deu o nome de "Why We Rescue" ou "Por que adotamos?", na tradução para o português. 
Abaixo, conheça algumas das histórias registradas pelo fotógrafo:
"Frankie estava em um abrigo há seis meses, preso 20 horas por dia em uma gaiola. Ninguém mais aparecia para adotá-lo e isso nos deixou com os corações partidos. Quando o levamos para casa, ele atravessou a sala e colocou a cabeça no meu colo, como se estivesse agradecendo" (David e Tereasa, de Wisconsin) 

projeto_adocao_planeta_bicho (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)

“Eu estava dirigindo meu ônibus, indo visitar uma casa para alugar, quando vi uma cadela marrom, enrolada na calçada em um dia muito, muito frio. Parei e pensei: ‘Eu tenho que ajudar essa cachorra’” (Andy, de Michigan
projeto_adocao_planeta_bicho (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)

“Pegamos uma pitbull para contribuir com um abrigo, mas pensamos que ela ficaria, no máximo, duas semanas conosco. Ela nunca mais nos deixou. É nosso amor" (Kelsey e Trevor, de Oklahoma
projeto_adocao_planeta_bicho (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)

"Quando eu estava me sentindo muito mal, sem vontade de viver, alguém me disse que seria bom eu ter um cão. Agora tenho uma razão para sair da cama de manhã" (Kathleen, de Montana
projeto_adocao_planeta_bicho (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)

"Cooper veio até mim e deitou ao meu lado. Éramos como duas almas perdidas e solitárias, que tinham se encontrado" (Marv, de Wyoming
projeto_adocao_planeta_bicho (Foto: Divulgação/Theron Humphrey)


Fonte: Revista Globo Rural

terça-feira, 18 de março de 2014

A Fotografia como terapia.

Assim como toda arte, a fotografia também serve do recurso expressivo a fim de conectar os mundos internos e externos do indivíduo, através de sua simbologia. É um modo de trabalhar utilizando a linguagem artística e sua essência; é a criação estética e a elaboração artística em prol da qualidade de vida.
Yuri Bittar, designer, fotógrafo e historiador, contou que está envolvido com a fotografia desde 1997 e de forma muito mais intensa desde 2007. Nestes últimos anos, especialmente depois que começou a dar aulas de fotografia, começou a perceber que a fotografia muitas vezes tem um forte efeito terapêutico. Esse efeito terapêutico se manifesta de diferentes formas, dependendo da pessoa, de sua vida e de como ela se envolve com esta arte-técnica de escrever com a luz, fotografia.

Essa pode ser uma das explicações para o enorme número de fotógrafos amadores que tem surgido, o sucesso das saídas fotográficas e o grande fluxo de fotos disponibilizadas e discutidas na internet, ou seja, a fotografia tem se mostrado como uma terapia, mas não formal, não um programa, mas uma atividade que traz qualidade de vida. 
Assim, Yuri disse: "vou então fazer uma proposta, essa terapia pode acontecer de três forma: momento de lazer, oportunidade para relacionamento humano ou busca de auto-conhecimento". Confira:

Momento de lazer: Para muitas pessoas o dia-a-dia é corrido e estressante, sem momentos dedicados a si mesmo. Dedicam-se ao trabalho, à família e quando muito aos estudos. Claro que trabalho, família e estudos são, ou deveriam ser, coisas boas e da maior importância. Mas é preciso ter momentos dedicados a si mesmo, momentos de se fazer algo que não precisa ser feito, mas que é prazeroso, e para cada um essa atividade varia, e é o que se chama de “hobby”, ou seja, uma atividade que não é trabalho, mas é levada a sério, à qual se dedica tempo, esforço e até dinheiro, simplesmente pela paixão.
A fotografia cada vez mais permite às pessoas terem esse momento de lazer, praticar a criatividade, registrar momentos, se aprofundar em temas...

Oportunidade para relacionamento humano: A fotografia também tem aproximado pessoas. Seja nos sites de compartilhamento de imagens, blogs, ou em encontros e saídas fotográficas, uma paixão em comum permite o surgimento de novas amizades, andanças pela cidade, observação do olhar do outro. Com a fotografia como assunto, todos nós, especialmente os mais tímidos, podemos melhorar nosso relacionamento com outros.

Busca de autoconhecimento: Aqui creio que está o maior potencial da fotografia como terapia, possibilitar a reflexão, ou seja, o olhar para dentro de si. Sair por ai fotografando, parando para ver, prestando atenção no lugar em que você vive, já seria um ótimo exercício de autoconhecimento, mas em alguns casos é até mais que isso. Ao se concentrar para observar o mundo também olhamos para dentro e nos vemos melhor. O exercício de buscar nossa própria linguagem e a seleção de momentos e imagens que fazemos, nos levam a entender melhor como pensamos. Sim, pois nem todos costumam parar para prestar atenção e perceber como pensam. Não temos o hábito de nos conhecer e buscar descobrir uma forma pessoal de comunicação. Parar e perceber que se gosta de fotografia já é um primeiro passo, é perceber um gosto, algo que lhe dá prazer. Mas não basta isso. É preciso realizar a experiência, seja pelo prazer de realizar uma atividade querida, seja pela realização de uma experiência verdadeira. Como defende Larosa, se deixar ser campo para um acontecimento, se deixar ser tocado e até levado e assim ser verdadeiramente alterado.
Cada vez que paramos para fotografar, se fazemos isso com o coração, somos afetados, ou seja, isto atinge nosso lado afetivo, o lado dos sentimentos, da emoção, o lado que nos permite um real contato com outras pessoas, com o mundo e até com Deus. E sim, digo com o coração, pois creio que devemos ir onde o coração nos manda, como em “Vá onde seu coração mandar”, onde uma avó revê sua vida e percebe que tomou o rumo errado, que não foi o rumo do coração. Mas como no livro sempre há tempo para retomarmos esse rumo, como nos explica o professor Dante Marcello Claramonte Gallian , numa belíssima reflexão sobre a santidade, ou seja, o caminho ideal para a vida.

Muitas pessoas usam a fotografia para se expressar, quando muitas vezes de outras formas não dão conta de extravasar, passar uma mensagem, até para si mesmos. A fotografia digital tornou o auto-retrato mais presente, e as vezes essa é uma forma de mostrar sentimentos difíceis de expressarem em palavras. É uma forma de se reconhecer, de se entender. Mas, a fotografia vai além do que foi comentado pelo Yuri. O psicólogo Thenardy Vieira, da CEULP/ULBRA, nos disse: "em minhas pesquisas encontrei alguns trabalhos que falavam do processo terapêutico, e da fotografia como um recurso potente de promoção da saúde. Nesse momento fiquei seguro do caminho que deveria percorrer para a realização das oficinas quando passei a ver a fotografia digital como uma forma de trabalhar a linguagem e a construção de sentido para os usuários do CAPS (Centros de Atenção Psicossocial)".

"Na escolha do objeto (modelo) a ser fotografado o usuário lida com situações em que ele terá que realizar escolhas, não muito diferente do que acontece em nosso cotidiano. Outra forma de abordar a oficina é utilizar-se da linguagem simbólica intrínseca no equipamento, o que nos permite uma reflexão quanto as principais queixas do usuário e aos diversos modos como ele se relaciona com elas. Assim como na vida, a partir da lente da máquina temos vários pontos de observação 'do objeto'", comentou Thenardy Vieira.
Seja para se divertir, fazer amigos, se expressar ou se conhecer melhor, a fotografia é um instrumento terapêutico com grande potencial! E continuem fotografando!
Fonte:Marcelo Vinicius /Fotografia-08 fev 2014