quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Estudo relaciona energéticos e bebidas açucaradas à hiperatividade

Pré-adolescentes que consomem bebidas energéticas ou muito açucaradas estão 66% mais propensos a ter sintomas de hiperatividade e transtorno de déficit de atenção, segundo um novo estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

A pesquisa indica que o consumo dessas bebidas pode influenciar no desempenho escolar, reforçando a recomendação de que a quantidade de bebidas com açúcar deve ser limitada para crianças e préadolescentes. O presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio (Soperj), Edson Liberal, acredita que energéticos, que contém cafeína, além de altos níveis de açúcar, deveriam ser proibidos para menores de idade, assim como as bebidas alcoólicas.

— A quantidade de cafeína em uma latinha é absurda. A substância muda o mecanismo de vigília e sono, o que afeta o crescimento e a aprendizagem. Ainda pode causar arritmia cardíaca e, a longo prazo, levar ao vício — alerta Liberal.

A equipe de Yale, liderada pela professora Jeannette Ickovics, entrevistou 1.649 estudantes do ensino fundamental. A idade média dos participantes foi de 12,4 anos.

— À medida que a quantidade de bebidas adoçadas aumenta, também sobe o risco de sintomas de hiperatividade e desatenção entre os alunos — afirma Jeannette.

Algumas bebidas adoçadas e energéticos populares entre jovens contêm até 40g de açúcar, e especialistas da recomendam que as crianças consumam, no máximo, de 21g a 33g de açúcar por dia (dependendo da idade). Durante a realização do estudo, os alunos consumiram, em média, duas bebidas açucaradas por dia.

Além de hiperatividade e desatenção, bebidas com açúcar têm uma forte relação com a obesidade infantil. Chefe do serviço de Nutrologia Pediátrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ), Hélio Fernandes da Rocha avisa que o consumo excessivo pode levar também ao diabetes e ao aumento da pressão arterial.

— O açúcar industrializado tem uma absorção rápida que provoca picos de reação do pâncreas, aumentando o nível de insulina. Se o consumo for frequente, pode levar a uma resistência à insulina, que é o primeiro passo para o diabetes — explica o nutrólogo.


Fonte: O Globo

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